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BM, do KARD, conta o que gostaria de mudar na cultura dos “idols” coreanos: “poder se expressar criativamente”


  • 07/03/2022 - 19:57
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BM falou sobre novo single e expectativas para a turnê do KARD no Brasil

O KARD é certamente um dos grupos de k-pop mais queridos no Brasil. As três turnês (em breve, quatro) que o grupo já realizou no Brasil provam isso. Durante a pandemia, pela primeira vez desde a estreia do grupo, o KARD ficou mais de dois anos sem vir ao país. Nesse tempo, certamente os fãs do KARD e o grupo mudaram. Uma mudança nítida é no integrante BM. Enquanto J.Seph cumpriu o serviço militar obrigatório, BM se dedicou a mostrar ao público seus trabalhos em carreira solo. Além do lado compositor e produtor, que já tínhamos visto nos trabalhos do KARD, agora pudemos conhecer também outra faceta do artista.

Como cantor solo, o trabalho mais recente de BM é o single “LIE (Lost In Euphoria)”. O nome, assim como em “13IVI”, é um jogo de palavras. “Lie” pode ser tanto uma sigla para “Lost In Euphoria” (“perdido na euforia”, em português) ou significar a palavra “mentira”, em inglês. A brincadeira com as palavras tem muito a ver com o significado da música, BM explica: “‘Lost In Euphoria’ é um paradoxo que aborda tanto as alegrias quanto as tragédias do amor. Como em apenas uma instância é possível se encontrar vivenciando o mais alto grau de euforia e então se encontrar sentindo em seguida como se tudo fosse uma mentira”.

Ele ainda conta que buscou representar essa dicotomia no videoclipe da música. “A letra de ‘LIE’ ilustra momentos de promessas, garantias e dedicação à pessoa amada enquanto o vídeo representa as consequências de tudo isso se tornar uma mentira depois da separação e da decepção. São esses pequenos momentos de computação gráfica em 3D que representam a dor desses momentos que se tornaram nada além de memórias”.

Nesse novo single, BM repetiu a parceria de seus primeiros trabalhos em carreira solo, com as empresas altm Group e 8PEX Company. Ele conta que, junto com as produtoras, tem trabalhado intensamente em novas faixas. “O time da 8pex e eu trabalhamos em um sistema em que nós criamos sempre novas ideias e músicas. Algumas mantemos no catálogo, outras guardamos e esperamos pelo melhor momento para lançar. Para ‘LIE’, o processo foi rápido e a inspiração veio muito naturalmente”, disse BM.

Em “Lost In Euphoria”, para retratar sentimentos ambíguos de uma relação amorosa, ele confessa que buscou um pouco inspiração em suas próprias experiências pessoais. “Parte (da letra) veio de experiências pessoais minhas, enquanto algumas vieram da minha imaginação e de situações hipotéticas. Eu queria que o público imaginasse situações em suas cabeças enquanto ouvissem a música e se deixassem sentir as emoções que viessem naturalmente”, ele diz. Apesar disso, ele fala sobre seu processo de criação na música e explica que nem sempre se apoia nas mesmas referências. “É bem diferente a cada vez. Cada música é um desafio diferente, já que quero sempre mostrar uma arte mais refinada e cada vez melhor do BM a cada lançamento. Eu apenas me sinto abençoado de ter o time 8pex e ALTM ao meu lado. Eles me apoiam muito e estão constantemente exigindo mais de mim para que eu leve minha arte a um outro nível”.

Essas experiências como artista solo impactaram a carreira de BM. O mais correto talvez seria dizer não que elas transformaram o cantor, mas que fizeram com que ele aflorasse e pudesse expressar mais sua veia artística. “Como artista solo, eu definitivamente me descobri sendo mais versátil do que antes. Apesar de que isso requer muito esforço, minha jornada em me tornar musicalmente mais diverso tem sido bem sucedida. Eu quero contribuir o máximo que puder nos próximos álbuns do KARD para ajudar na trajetória do meu grupo em ir para o caminho certo na arte. Uma coisa que eu aprendi é que sempre há muito o que aprender. As dificuldades também não acabam, mas ao mesmo tempo, não existe fim para as alegrias que vêm depois. Eu quero que o KARD se torne ainda mais bem sucedido e traga sonoridades atemporais que todos escutem por décadas”, ele acredita.

Essas mudanças se devem, especialmente, à liberdade que BM tem recebido em se expressar criativamente. Dentro de um sistema em que o artista é tão controlado e restrito como o k-pop, no entanto, BM precisa ponderar suas expectativas com a cultura em que ele está inserido. Ele, que nasceu e cresceu nos Estados Unidos, comenta sobre as diferenças culturais entre a cultura do entretenimento no ocidente e na Coreia. “Existe uma diferença enorme na cultura em que eu cresci e a cultura da minha herança, que ironicamente eu herdei muito tarde. Existe muito a aprender e a apreciar aqui na Coreia. E sobre as expectativas e comportamento dos chamados ‘ídolos’, tem muitas coisas que eu gostaria de inspirar para que mudassem. Os ‘ídolos’ são frequentemente limitados para serem facilmente controlados e não são expostos a um ambiente em que podem se expressar criativamente e eu acho que isso deveria mudar”, ele confessa.

Quem acompanha o k-pop, sabe exatamente do que BM está falando. Por melhores que sejam os produtos finais da música no k-pop, muitas vezes, falta um elemento importante de uma representação artística: a liberdade criativa que deveria ser melhor oferecida aos cantores no k-pop. Por mais que existam artistas, como BM, que cada vez mais conseguem espaço para mostrar seus trabalhos autorais, na maioria das vezes os artistas do k-pop são restringidos pelo rígido controle de suas gravadoras. Isso, BM conta, é algo que ele gostaria de ajudar a mudar na indústria da música pop da Coreia: “Eu quero ser um exemplo que encoraje outros ídolos a fazerem e tentarem o que eles acham que é bom e criativo. A continuar a se expressar, lutar por aquilo que VOCÊ quer e o que VOCÊ acredita que é certo. Não ser conduzido a fazer algo que você não quer fazer 100%, porque você está com medo de como podem enxergar você. Eu não estou dizendo para sermos rebeldes, mas vocês são as vozes que estão sendo ecoadas em microfones para todo o mundo. Ninguém merece ser pressionado para retratar algo que os deixa desconfortáveis”, afirma.

Questionamos o que essas perspectivas e novas experiências de BM trarão de novo para os futuros trabalhos do KARD. O grupo terá sua formação completa reunida novamente muito em breve, com o fim do serviço militar de J.Seph, em abril. “Eu aprendi muito sobre música e sobre mim mesmo trabalhando com várias pessoas. Eu tenho um entendimento melhor do que fazer do que não fazer para deixar que a integridade da MÚSICA venha antes de qualquer outra coisa. E eu espero que quando formos produzir nosso próximo álbum, eu possa ajudar os outros integrantes a ver isso a trazer o melhor deles também”, ele acredita. Antes da turnê do Brasil, em julho, o KARD deve lançar novo material com sua formação completa.

Sobre a turnê, BM adianta para seus fãs do Brasil: “Vocês podem esperar novas músicas e um KARD mais refinado, com mais estilo, mais maturidade e definitivamente muita DIVERSÃO”. Perguntamos também se poderemos ouvir as músicas em carreira solo do BM nos shows de São Paulo e Curitiba. A resposta foi simples e direta: “É claro!”.

O KARD voltará ao Brasil, após um longo período de hiato devido à pandemia, no mês de julho. Além dos shows em São Paulo e Curitiba, haverá sessões de autógrafos no Rio de Janeiro e em Brasília, na primeira visita do quarteto à capital do país. Para quem vai participar da turnê, BM mandou um recado especial:

“Olá a todos os meus fãs no Brasil. Estou tão animado para poder vê-los depois de uma longa pandemia. Espero que vocês estejam prontos para se divertir e nos ver, porque estamos muito felizes em encontrá-los novamente. Vamos fazer mais memórias juntos este ano! Amo todos vocês”, escreveu BM, em português.

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