O portal de notícias coreano Naver publicou, nesta terça-feira (30), uma matéria em que anuncia uma aproximação comercial entre a China e a Coreia do Sul e um possível fim para o veto para produtos sul-coreanos. De acordo com o Naver, a partir do mês de julho, produtos coreanos poderão ser vendidos em toda o território chinês e os países investirão em programas de incentivo ao turismo entre a China e a Coreia.
A notícia, que a princípio não menciona nenhuma relação com produtos do entretenimento, fez com que fãs de k-pop cogitassem o retorno das atividades de artistas chineses na Coreia. Um possível fim entre a tensão diplomática entre a China e a Coreia do Sul pode significar também o fim da proibição de produtos relacionados ao k-pop com a China.
Os empasses entre e a China e a Coreia do Sul surgiram de uma questão política. Em 2017, foi instalado na Coreia o sistema antimísseis norte-americano chamado Terminal de Defesa Aérea para Grandes Altitudes, conhecido pela sigla em inglês THAAD. O sistema foi uma iniciativa dos Estados Unidos para proteger a Coreia do Sul de um possível ataque dos vizinhos da Coreia do Norte. A instalação do sistema antimísseis aconteceu após uma ataque da Coreia do Norte, que aconteceu na contramão de sanções de aproximação entre os países.
A instalação dessa operação gerou polêmica não apenas na Coreia, mas também entre outros países, em especial a China e a Rússia, que se opuseram à instalação. A reação chinesa foi fechar as portas para produtos coreanos e dificultar as relações com o país. Isso fez com que as famosas lojas de departamento coreanos Lotte fossem fechadas na China, pois a empresa apoiou a instalação do sistema antimísseis. Essa divergência política entre os países afetou também o entretenimento e muitos artistas chineses, que tinham atividades na Coreia, foram pressionados a não manter atividades com a Coreia do Sul. Dentre os exemplos mais conhecidos que tiveram suas atividades na Coreia afetadas, estão Lay, do EXO, que passou a investir apenas em atividades solo na China e desde então não tem participado dos lançamentos do EXO; e o grupo UNIQ, que é formado por integrantes chineses e coreanos e teve suas atividades afetadas pelo veto.
A matéria publicada no Naver não cita o fim do veto ao k-pop. Ela menciona principalmente aproximações entre a China e a Coreia para atividades de turismo, em especial pela parceria entre a Organização de Turismo da Coreia e a empresa chinesa Ctrip, principal agência de turismo online do país. A ideia é vender pacotes de viagem e investir em ações para incentivar o turismo entre os países quando a situação da pandemia do covid-19 estiver controlada.
Com a reabertura da China para a Coreia, fãs passaram a especular sobre o retorno de atividades de artistas chineses na Coreia, assim como o retorno de atividades de Lay no EXO e também o retorno de atividades em grupo do UNIQ. O nome de Lay, Yixing, chegou a ficar entre os assuntos mais comentados no Twitter após a publicação do artigo. O futuro das atividades desses artistas, no entanto, dependem não apenas da relação entre a China e a Coreia, mas também dos planos individuais para suas carreiras, que têm se orientado muito mais para atividades solo desde o início do veto. A notícia não confirma o fim oficial do veto de produtos do entretenimento coreano, que tem acontecido de forma gradual com algumas interações entre artistas coreanos e marcas chinesas, mas é uma prova concreta da reaproximação entre os países, o que dá um sinal de esperança para os fãs.