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Entrevista exclusiva: BINI fala sobre a música pop das Filipinas: “o p-pop vai trazer mais alegria para sua vida”


  • 26/08/2021 - 17:13
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BINI falou sobre diferenças entre o p-pop e o k-pop, treinamento, empoderamento e mais

Com a popularização do k-pop, outros gêneros musicais da Ásia começam a ganhar evidência por aqui. O j-pop e o j-rock, do Japão, já possuem uma base leal de fãs há muitos anos no Brasil, até antes mesmo do k-pop. Os artistas da China, de Taiwan e Hong Kong também já possuem um grande número de fãs, desde os mais antigos até os mais novos. Além dessas cenas, artistas pop de outros países asiáticos têm conquistado cada vez mais o público do Ocidente. Um desses exemplos é o p-pop, o pop das Filipinas, que tem investido cada vez mais em popularizar suas músicas para além das fronteiras do país.

Localizada no Sudeste da Ásia, as Filipinas são formadas por um arquipélago de mais de 7 mil ilhas. Colonizado pela Espanha, os filipinos são um povo diverso e a cultura do país traz algumas semelhanças com o Brasil, o que torna o p-pop um estilo ainda mais interessante para o público daqui conhecer. Para entender mais sobre a cena em ascensão do p-pop, conversamos com o BINI, novo grupo feminino das Filipinas.

O BINI começou sua carreira oficialmente este ano, com o lançamento do single “Born To Win”. Mas a trajetória do grupo vem sendo construída desde o ano passado. Cada uma das oito integrantes enviou uma apresentação especial para o público brasileiro – tem até ex-integrantes do Pinoy Big Brother, versão filipina do Big Brother, conhecida por lá como PBB. 

“Eu sou a mais velha do grupo, tenho 20 anos. Eu vim de uma ilha linda chamada Cebu. Eu nunca me imaginei trabalhando com música porque eu não cantava ou dançava antes. Eu costumava participar de concursos de beleza e trabalhar como modelo. Eu sou a rapper e visual do grupo”, disse Aiah Arceta.

“Tenho 19 anos e sou de Bohol. Tive a influência musical do meu pai que tinha uma banda. Eu gosto de escrever músicas e espero que um dia possa compor para o BINI. Eu sou a vocalista, dançarina e rapper”, se apresentou Colet Vergara.

“Sou vocalista e rapper no BINI. Tenho 18 anos. Antes de estrear eu participava de concursos de canto na minha cidade natal. Participei do programa ‘Pinoy Big Brother’. Eu sempre amei cantar e dançar desde criança”, confessa Gwen.

“Sou a vocalista principal do BINI. Tenho 19 anos. Como a Gwen, canto desde criança. Fui uma cantora bem ativa na escola, pois fazia parte do coral. Eu também fazia natação e toco guitarra e ukelele”, contou Maloi.

“Acabei de completar 18 anos. Eu sou rapper e dançarina no grupo. Como a Ate (termo usado para falar sobre mulheres mais velhas nas Filipinas, semelhante ao “unnie” coreano ou o “jiejie” chinês) Aiah, participei de concursos de beleza e trabalhei como modelo. Mas sempre tive paixão por canto e dança”, nos conta Stacey.

“Tenho 17 anos e sou a rapper principal do grupo, dançarina e visual. Como a Ate Aiah, eu não cantava e dançava antes, mas eu costumava ser líder de torcida, o que me ajudou muito em termos de flexibilidade e coreografia”, disse Mikha.

“Tenho 17 anos e sou filha única. Antes de estrear, eu tentava atuar em séries de TV e atuar é algo que quero fazer no futuro. Eu também gostaria de ser âncora de telejornal no futuro. Eu sou a líder do BINI, vocalista e rapper”, falou Jhoanna Robles.

“Sou a caçula do grupo. Sempre quis cantar e dançar. Eu fazia parte de um grupo de dança com vários meninos. Eu e uma amiga éramos as únicas meninas do grupo. Assim como Ate Gwen, sou muito grata por ter participado do ‘Pinoy Big Brother’. Sou a dançarina principal do BINI”, finalizou Sheena.

O BINI é o grupo irmão do BGYO, que integra a Star Music, gravadora da ABS-CBN, emissora filipina e uma das principais empresas de comunicação do país. Antes de fazer sua estreia oficial, as meninas passaram por um sistema de treinamento, assim como os meninos do BGYO, bem parecido também com os formatos do k-pop de preparação de ídolos. “O treinamento de artistas no k-pop e no p-pop são bem parecidos. Os dois tem como objetivo final alcançar um padrão nas apresentações. As diferenças são as técnicas que aprendemos. Na dança, nos ensinaram mais sobre poder e estamina. No canto, nós aprendemos sobre aproveitar melhor a qualidade vocal de cada uma. Em nosso treinamento com professores coreanos aprendemos mais sobre detalhes e como ser mais fluída enquanto cantamos, ter a uma qualidade vocal mais limpa. Os dois treinamentos nos permitiram crescer e desenvolver nos estilos em termos de apresentação”, conta Aiah.

Depois do processo de treinamento, elas viveram uma experiência real como artistas antes da estreia oficial, com o lançamento do single “Da Coconut Nut”, pelo qual o grupo foi apresentado ao público. Sobre a fase “pré-estreia”, Jhoanna conta que o momento foi como “um passeio de montanha-russa”. “A era do ‘Da Coconut Nut’ foi memorável. Devido ao conceito fofo e colorido, pudemos mostrar nossa personalidade divertida. Apesar de todos os desafios que encontramos – a pandemia, a negação da concessão de nossa empresa (saiba mais em nossa entrevista exclusiva com o BGYO), a vida longe de nossas famílias – ainda somos tão abençoadas por ter nossa família Bloom (nome do fã-clube do BINI). A era do ‘Da Coconut Nut’ nos preparou para qualquer dificuldade que possamos encontrar no futuro”, acredita.

O nome do BINI é uma sigla de características que o grupo acredita descrever bem a mulher filipina: doce, forte, independente e bem informada. “As mulheres modernas das Filipinas são fortes, sabem que tem voz e usam isso para defender elas mesmas e as pessoas que estão ao seu redor. Em nosso país, temos muitas mulheres independentes apesar da desigualdade de gênero que ainda existe. As mulheres daqui conquistam respeito pelas suas ações. Eu pessoalmente acredito que ‘respeito gera respeito’ mas ao mesmo tempo respeito deveria ser um requisito mínimo para todas as pessoas. Não importa o que ou quem eles são”, disse Aiah. E foi nessa ideia de empoderamento que o BINI apostou em seu primeiro single oficial, lançado este ano.

A música traz uma mensagem encorajadora, com frases como “não se prive, pois o mundo é nosso” e “não há nada que você possa fazer”. Jhoanna diz que espera que as músicas do BINI possam ajudar as pessoas a lutarem por seus sonhos: “A música tem o poder de unir as pessoas. Com a nossa música, nós queremos inspirar os outros a dividir suas próprias experiências. Nossa música de estreia, ‘Born To Win’, fala sobre lidar com as imperfeições e nunca desistir apesar dos desafios que temos que enfrentar. Nós gostaríamos que os outros pudessem testemunhar como trabalhamos duro e lutamos pelos nossos sonhos, para que eles possam fazer isso também. Nós desejamos que essa mensagem da nossa música possa ressoar independente do idioma, idade e gênero”.

“Em sua temática, a música fala sobre abraçar a si mesmo, com as falhas e tudo mais, e não desistir, apesar dos desafios que você enfrenta… Em acreditar em seus sonhos e ser implacável em perseguí-los”, acrescenta Mikha. “‘Born To Win’ é uma música muito energética e com um toque latino. Foi composta pela cantora e compositora Eva Louhivuori, de Helsinki (Finlândia), e experientes produtores e coreógrafos coreanos. A música reflete essa colaboração”, disse Maloi.

Com “Born To Win”, o BINI fez sua estreia em grande estilo, com um videoclipe com uma superprodução. “Nós nos divertimos muito durante os dois dias de gravação do vídeo. Apesar de algumas partes desafiadoras, principalmente as gravações externas, nós ficamos em maior parte admiradas e pasmas com toda a produção técnica envolvida. A primeira vez que ouvimos sobre o conceito, ficamos muito empolgadas e assustadas porque foi algo novo. O visual foi inspirado nos mitos filipinos. Os personagens do clipe contam a história de três diferentes mundos chamados Anagolay, Sodop e Mayari. Cada mundo tem suas próprias e únicas características e representa a versatilidade do grupo. Tem muita coisa para ser descoberta nesse vídeo”, disse Colet.

Além de empoderamento, o grupo espera apresentar para o mundo também a diversidade da cultura filipina. “A música do nosso país é definitivamente uma mistura de várias influências. Nós temos bandas de rock, temos rap, temos baladas, música eletrônica… vários gêneros. E como somos novatas na cena da música, nós queremos contribuir para que o p-pop cresça no mainstream e possa ser conhecido mundialmente. Nos dedicamos a criar músicas de diferentes gêneros. Com o crescimento do p-pop, queremos mostrar o nosso crescimento por meio de nossas músicas”, disse Gwen. Sheena acrescenta que, em meio a diversidade musical das Filipinas, chegou a conhecer um pouco da cultura do Brasil. “Sempre que ouço falar sobre a música brasileira, a primeira palavra que vem à minha cabeça é samba! Eu cresci em uma comunidade de dança e sempre ouvi samba, principalmente quando havia competições de dança e esportes na nossa escola. Eu sou fã de samba porque é bem pra cima, traz as pessoas para se divertirem juntas e dançar no mesmo clima”, ela conta.

As meninas contam que, desde a estreia oficial, suas vidas mudaram muito. Apesar de agitada, elas garantem que tem valido a pena todo o esforço. “Nossa jornada como integrantes do BINI tem sido maravilhosa. Depois de nossa estreia oficial, muita coisa mudou. Nós estamos muito ocupadas agora e nossa agenda está sempre lotada. Nós apresentamos nosso single “Born To Win” em vários programas e em várias plataformas. Também fizemos muitas entrevistas virtuais com a imprensa das Filipinas e de outros países. Também tivemos a experiência de ter nossa música dentre as mais tocadas. Estamos muito ansiosas pelo que está por vir agora. A vida está muito boa!”, disse Stacey.

Mensagens positivas, de empoderamento, encorajamento e de divulgação da cultura filipina é o que o BINI espera apresentar para o mundo com sua música. Em meio às possibilidades de acesso à conteúdo de outros países que o ambiente digital nos proporciona, vale a pena dar uma chance ao p-pop para conhecer os artistas de um país asiático e geograficamente distante, mas que traz em sua cultura traços de semelhança com a nossa cultura. “Nós realmente queremos nos conectar com todo mundo por meio de nossa música. Nós prometemos a vocês que o p-pop vai trazer mais alegria para sua vida e será algo que poderemos provar se você começar a acompanhar o p-pop. Nosso grupo, BINI, tem como objetivo inspirar as pessoas. Nós queremos que nossas vozes sejam ouvidas, esse é o motivo que nós precisamos da ajuda de vocês nessa jornada. Para continuar espalhando amor e nossas mensagens ao redor do mundo”, finaliza Mikha.

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