fbpx

Entrevista exclusiva: Kisu fala sobre dificuldades no k-pop, amizade com o 24K, lembranças do Brasil e mais


  • 22/12/2020 - 19:07
  • Compartilhe:

Kisu bateu um papo sincero e relembrou momentos de sua carreira

Quem acompanha o k-pop já há alguns anos certamente vai lembrar de Kisu. Ele fazia parte do 24K, grupo que apesar de não estar entre os maiores do k-pop, tinha uma base fiel de fãs no Brasil. O cantor, que agora segue em carreira solo, bateu um papo sincero com a Highway Star e falou sobre as dificuldades da vida de artista do k-pop, sobre suas lembranças do Brasil e sobre seus planos para carreira solo.

Kisu começou sua carreira muito jovem. Ele conta que começou a sonhar com a carreira musical ainda no colégio. “Tive o meu primeiro contato com música na segunda fase do ensino fundamental. Naquela época, eu realmente gostava de cantar, mas não tinha vontade de ser um cantor, apesar de querer continuar trabalhando com música. Meus pais não apoiavam a carreira como músico e assim, eu continuei estudando. Na época do meu terceirão, eu tive certeza de que, se eu não me tornasse um cantor, eu iria me arrepender pelo resto da minha vida, e assim comecei a participar junto com a Ji Sook do Rainbow (que era colega da mesma escola) em concursos de canto. Chegamos a ganhar alguns prêmios”, ele lembra. 

Kisu lembra ainda que ver a amiga Ji Sook conseguir fazer a sonhada estreia no mundo da música, como parte do grupo Rainbow, o fez pensar que ele também poderia conseguir chegar lá. “Treinei com algumas integrantes do EXID e acabei não aguentando os treinamentos, desisti e fiquei um tempo parado. Nessa época, meu pai ficou doente e pensei que não deveria desistir do meu sonho”.

Mas o período de treinamento não é fácil. Se a vida de artista do k-pop tem suas dificuldades, o período anterior também exige muito daqueles que sonham com a carreira no entretenimento coreano. “No início a época de trainee era muito difícil. Demorava quase uma hora para chegar ao local do treinamento. Eu ia para a empresa uma hora da tarde e ia embora às cinco horas da manhã. Foi realmente uma época difícil, pegando o transporte do primeiro horário todos os dias. Mas acho que é graças a essa época, que eu sou o que sou hoje”, acredita Kisu.

Após o duro período de treinamento, Kisu fez sua estreia no k-pop, em 2012 no grupo 4K, que depois passou a se chamar 24K após uma reformulação da empresa. “É algo que eu sempre me sinto triste quando penso. Essas mudanças aconteceram por motivos pessoais de cada um, e pelo que a empresa julgou e decidiu para a formação do grupo”, conta Kisu. Com o 24K, na formação clássica do grupo, Kisu lançou hits que são até hoje lembrados por fãs de k-pop, como “Bingo” e “Still 24K”. Em 2016, o grupo veio pela primeira vez ao Brasil. “As minhas lembranças desses dias são inesquecíveis. Primeiro foi muito curioso quando falaram que faríamos um show e nos encontraríamos com os fãs do Brasil, afinal, é um país que realmente fica do outro lado do mundo. Fiquei realmente muito feliz em saber que tinham pessoas que gostavam de mim e me apoiavam de um país tão longe. Lembro que fui a um mercado, comprei miojo e comi, lembro que alguns fãs foram até o hotel, me deram um boné com a bandeira do Brasil e eu ficava usando o boné… São realmente lembranças que nunca vou esquecer”, Kisu relembra com carinho. A turnê do 24K no Brasil em 2016, promovida pela Highway Star, foi a primeira de um artista coreano a passar por mais cidades além do eixo Rio-São Paulo. Foi essa turnê também que popularizou o formato de turnês de artistas de k-pop pelo Brasil com sessões de autógrafos. Na época, o grupo passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba.

A turnê no Brasil foi um sucesso, com ingressos praticamente esgotados em todas as cidades. Apesar disso, o sucesso da turnê acabou ficando para a empresa do grupo. Kisu conta que esse período não foi financeiramente rentável para ele ou para os outros integrantes. “Se não fosse pelos apoios dos fãs nunca teríamos conseguido fazer a turnê (no Brasil). Os ganhos com a turnê do Brasil (para os integrantes do grupo) foram zero. Mantivemos forças para cantar graças ao apoio e torcida dos fãs”, ele conta.

Após a primeira turnê no Brasil, a situação do 24K passou a ser incerta. Uma das estratégias da gravadora Choeun Entertainment foi inscrever o grupo em uma competição para artistas de k-pop, o programa “Mix Nine”. “Quando participamos do ‘Mix Nine’, a empresa tinha sugerido que eu lançasse um álbum solo e eu já estava bem ocupado com os preparativos. Eu tinha planos para lançar o álbum solo se o ‘Mix Nine’ não desse certo e por isso os dois caminhos eram muito importantes pra mim. Também, como eu estava prestes a entrar no serviço militar, todas as oportunidades eram valiosas”, ele lembra. Colocar artistas que já fizeram sua estreia no k-pop, mas que não alcançaram o sucesso esperado pela empresa, para competir em programas musicais tem sido uma estratégia da indústria do k-pop, mas Kisu tem ressalvas sobre o formato. “Na Coreia existem vários programas de audição, mas é triste ver que nem todos fazem sucesso. Ver as pessoas se aproveitando do sonho e paixão de artistas para finalidades comerciais e apenas para lucrar é realmente muito triste. Gostaria de que tivessem mais programas que pudessem divulgar a música e não aqueles que precisamos competir”, disse.

Em 2018, chegou a época de Kisu se alistar no serviço militar, um dever como cidadão coreano, mas que ao mesmo tempo se torna um período em que o artista fica afastado de sua carreira e com certeza traz mudanças. “O período de alistamento foi um período em que pensei bastante sobre a minha vida, aquilo que construí até então. Pensei bastante nas minhas experiências dos 20 aos 29 anos, nas pessoas ao meu redor… Também pensei muito se realmente deveria continuar a minha carreira como cantor. Amadureci nesses dois anos e foi justamente graças a esse convívio que decidi seguir a carreira de cantor”, ele confessa. Kisu terminou o serviço militar este ano e foi durante o alistamento que ele decidiu deixar o 24K.

Apesar dos problemas financeiros, ele diz que a relação com sua antiga empresa não era ruim. “O meu relacionamento com a empresa era bom. Durante os sete anos (em que esteve na Choeun Entertainment), nos conhecemos muito. Mas devido a motivos econômicos e financeiros, resolvi escolher outra empresa”, confessa o cantor. Enquanto isso, o 24K passou por mudanças em sua formação, à medida que outros integrantes também deixaram o grupo. Apesar de seguirem caminhos distintos, Kisu fala sobre sua amizade com os ex-colegas. “Mantenho contato com todos. Dos novos integrantes do 24K, só tenho contato com Chang Sun, porque os outros realmente nunca vi, não os conheço. Converso bastante com o Jin Hong que está no exército e com o Jung Uk. Também tenho contato com os antigos integrantes do 24K que saíram, o Hui, Dae Il, Sung Oh, Suk Jun, Hong Sub, Byung Ho… Apoiamos uns aos outros”, ele conta.

Agora em carreira solo, Kisu enfrenta novos desafios. Apesar de seguir com suas próprias pernas, ele não possui mais o amparo do nome do grupo, que já possuía uma base de fãs. “Trabalhar em grupo tem o ponto positivo de poder contar um com o outro. Mas o ponto negativo é que cada um pode ter uma opinião diferente e pode ser um pouco difícil de chegarmos a um acordo. Sendo cantor solo, apesar de poder fazer as escolhas de forma livre, a responsabilidade sobre essas escolhas é maior. Assim, é mais cansativo psicologicamente”, Kisu compara.

No entanto, Kisu encontrou uma forma de se aproximar de seu público: em seu canal no YouTube, ele divulga covers de músicas de outros artistas. Talentoso vocalista, Kisu surpreendeu seus fãs do Brasil ao cantar em português dois sucessos da nossa música: “A Lenda”, sucesso de Sandy & Junior, e “Desce Pro Play (Pa Pa Pa), de MC Zaac, Anitta e Tyga. A proximidade com a música brasileira fez Kisu até mesmo encontrar semelhanças entre o som do Brasil e da Coreia. “No início, eu achava o estilo super diferente. Mas ouvindo bastante, vendo a letra, percebi que o “diferente” era apenas pela diferença cultural, mas como somos todos “pessoas”, o pensamento e as histórias são as mesmas. Depois dessa percepção, agora as músicas brasileiras soam para mim muito parecidas com as músicas coreanas”, acredita.

Kisu está trabalhando em novos trabalhos em carreira solo. Ele ainda não tem data para o lançamento, mas está trabalhando arduamente no estúdio e na gravação de videoclipes. Em carreira solo, Kisu aposta especialmente em um estilo de música romântica, diferente do som dançante do 24K. Apesar dessa diferença, ele não gostaria de deixar o som eletrônico totalmente de lado. “Mesmo sem músicas agitadas de dança, eu gostaria de tentar músicas mais do estilo funk ou músicas eletrônicas, que possam me fazer pular e me divertir com o público. Na verdade, eu VOU tentar! E assim pretendo transformar todos os brasileiros em meus fãs”, prometeu, rindo.

Quem acompanhou Kisu durante o 24K e segue acompanhando suas atividades em carreira solo, terá um momento único para conversar com o artista. Kisu vai participar de um meet & greet virtual, um evento por meio de videochamada, em que irá conversar com seus fãs brasileiros. Com direito a tradução entre os idiomas português e coreano, fãs do artista poderão bater um papo com Kisu. Sobre o evento, o cantor promete que será o começo de planos maiores. “A distância é grande, mas assim que a pandemia acabar, pretendo ir para o Brasil. Pretendo ficar bem próximo dos fãs nesse período de pandemia para depois, quando nos encontrarmos de verdade, eu poder reconhecê-los um por um e conversarmos como se fôssemos amigos”, diz.

Quando um artista de k-pop deixa seu grupo a carreira se torna mais difícil. Muitos fãs deixam de acompanhar o artista em sua carreira solo. Kisu segue persistindo em seu sonho, apesar das dificuldades dessa nova fase de sua carreira. Apaixonado por música, ele sonha em poder se apresentar para o maior número de fãs possível. Quando perguntamos o que um fã pode fazer para apoiá-lo ele disse com sinceridade: “É só continuar ouvindo e curtindo as minhas músicas. Só isso já me deixa bem feliz. E continuem me apoiando para que eu não pare! Eu vou conseguir! E vou me tornar o cantor que deixa quentinho o coração de vocês! Vamos continuar juntos sempre! Amo vocês! Estou com muitas saudades de vocês!”.

Venha conversar com o Kisu. Os eventos de videochamada com o artista serão nos dias 19 e 20 de fevereiro. Os ingressos já estão à venda e a partir de R$65 você poderá falar com Kisu. Saiba mais e tire todas as suas dúvidas sobre o evento.

Acesse nosso canal no Telegram e receba atualizações sobre o mundo do entretenimento asiático