Governo da Coreia disse que cancelamento de “Snowdrop” infringiria liberdade de expressão
A Casa Azul, escritório executivo do governo da Coreia do Sul, se manifestou nesta quarta-feira (28) sobre as petições que pedem o cancelamento do drama “Snowdrop”. A série, que deve ir ao ar ainda este ano na emissora JTBC, será estrelada por Jung Hae In e Jisoo, do BLACKPINK.
De acordo com as informações já divulgadas sobre o drama, “Snowdrop” se passará no ano de 1987, ano marcado por protestos e pela retomada das eleições presidenciais diretas no país. De acordo com a sinopse, Jung Hae In interpretará um universitário que receberá ajuda da personagem de Jisoo para se esconder de uma perseguição política.
Ainda que o drama esteja em fase de produção, a história passou a receber críticas de coreanos, que alegaram que “Snowdrop” poderia “distorcer” a história da Coreia do Sul. Foram divulgadas informações de que um personagem estaria ligado à Agência de Planejamento de Segurança Nacional na história, o que gerou especulações de que o drama “romantizaria” o regime autoritário que governava o país até então. Na época, a JTBC explicou que a história do drama não seria baseada nos movimento pró-democracia do país e seria, na verdade, uma história fictícia sobre outras questões políticas e militares.
Segundo a Casa Azul, a petição que pedia o cancelamento do drama por “insultar o movimento democrático e glorificar a Agência de Planejamento de Segurança Nacional” foi assinada por cerca de 220 mil pessoas do país. O governo sul-coreano, no entanto, alegou que o cancelamento do drama antes de sua transmissão infringiria questões relacionadas à lei de liberdade de expressão do país.
“O artigo 4 da Lei de Transmissões garante a liberdade e independência da emissora e afirma que não é possível regulamentar ou interferir na transmissão sem cumprir as condições estabelecidas pela Lei. O envolvimento direto do governo no trabalho criativo requer uma abordagem especialmente cuidadosa, pois pode configurar uma violação da liberdade de expressão. O governo respeita os esforços de autocorreção e as decisões autônomas tomadas em nível civil pelos criadores, produtores ou consumidores em relação a conteúdo que vai contra o sentimento nacional”, diz o comunicado. A Casa Azul esclarece, no entanto, que produções que violarem as regras de transmissão, como “distorção da história”, serão analisadas pela Comissão de Padrões de Comunicação da Coreia.
A Casa Azul também comentou o cancelamento do drama “Joseon Exorcist”. A produção foi cancelada após a exibição de alguns episódios, após ser acusada de “distorcer a história coreana”. Cerca de 240 mil sul-coreanos teriam assinado petições pedindo o fim do drama. Segundo o governo coreano, a Comissão que avalia possíveis violações das regras de transmissão de conteúdo no país já recebeu quase 5 mil pedidos de avaliação da história de “Joseon Exorcist”. Segundo o escritório, houve um atraso na avaliação da história pela Comissão, mas o drama será revisado “exaustivamente” para avaliar a “a imparcialidade da transmissão, a natureza pública e outros fatores de responsabilidade pública por meio das reclamações enviadas pelos telespectadores”.
“Snowdrop” ainda não tem data de exibição confirmada.
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